Constantemente me sinto frustrada, carregando uma bagagem cheia de experiências ruins, traumas e compulsões. Vivo mergulhada em crises existenciais, distante do que imaginei ser meu eu ideal.
Estou tentando me aceitar, mas a verdade é que falta energia e motivação para isso.
Tenho plena consciência de que minhas escolhas, me trouxeram até aqui, e assumo total responsabilidade por isso. Ainda assim, sinto uma raiva latente do universo.
No entanto, essa raiva não muda quem sou hoje.
Reconhecer a realidade é admitir que falhei em muitas das minhas idealizações, objetivos e na vida como um todo.
É perceber que desperdicei uma parte significativa do meu tempo e da minha existência sem grandes retornos.
É aceitar que, de alguma forma, não me tornei a pessoa que esperava ser.
Essa é uma verdade difícil de aceitar.
Mas, digamos que eu consiga aceitar tudo isso. Digamos que eu abrace quem me tornei, que eu tenha coragem de expor meu fracasso ao mundo, de acordo com os padrões de sucesso atuais, e admitir que não atingi o que esperava.
O que restaria?
Sem o apego às ilusões, às expectativas e às idealizações sobre quem eu deveria ser, o que sobraria de mim?
Talvez, para construir uma nova vida, eu precise abandonar o julgamento constante de não atender às minhas próprias expectativas. Preciso aprender a aceitar quem sou neste exato momento, com todas as minhas falhas e imperfeições.
Quem sabe, ao fazer isso, eu descubra uma nova força, um novo caminho para recomeçar. E, talvez, dessa aceitação nasça algo verdadeiramente autêntico e meu.
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