O que realmente nos atrai em alguém? A pessoa em si ou a ideia que criamos dela?
Talvez o interesse surja não apenas da presença do outro, mas daquilo que ele simboliza para nós. Um escape da rotina, uma promessa de novidade, uma distração da própria inquietude. Pode ser um desejo genuíno ou apenas a necessidade de sentir algo, qualquer coisa que nos tire da apatia do cotidiano.
E então projetamos. Moldamos o outro dentro das nossas expectativas, ignoramos as lacunas e as preenchemos com nossa própria fantasia. Criamos um personagem baseado no que queremos ver, e não no que realmente está ali. Mas até quando essa ilusão pode durar?
Quando a realidade escapa ao roteiro que escrevemos, sentimos frustração. O problema é que, muitas vezes, o outro nunca prometeu ser o que imaginamos. Ele apenas existiu, enquanto fomos nós que demos significado a cada palavra, a cada gesto, a cada silêncio.
No fim, talvez a perda não seja do outro, mas da nossa própria ilusão. E essa é a despedida mais difícil: desapegar não da pessoa, mas da ideia que fizemos dela.

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